a
pomba mira não tomba: gira
enfrenta
a lente intenta a mente comunicar
o
indizível observar o impossível esvoaçar interior
libertar
o fulgor das suposições alheias e insinuações
meias
de hipocrisia cor de inveja se na maresia não
há
quem seja vulcão ou verdade padrão ou saudade
sempre
a ficção mente... e então? religiosamente
consagrada
meticulosamente anunciada chama
fogo
interior lama jogo indolor
a
Natureza impera é essa a certeza vera: a humanidade
é
um segundo na totalidade do mundo
olhado
a cores tornado Açores vento poderoso
num
tempo moroso falado em português
contado
outra vez
M.
Lisboa: 2015
Rua da Ribeira - Ribeira Grande: Ilha de São Miguel (fotografia: dulcecor) |