Ilhas
montanha
a
terra não faz chover por ser chuva
a
guerra não faz crescer por ser turva
embrenhada
em nós entroncada voz
preciosa
na memória (gloriosa escória)
se
distantes da montanha ilha emigrantes
ser
tamanha maravilha a nostalgia ficção
fantasia
ilusão de identidades ou pertenças
meias
verdades (pretensas) insulares
nos
manuais escolares mas os antigos saberão
da
luta quotidiana dos amigos solidão
ilhas
desprezadas pelo poder continental
milhas
olvidadas pelo poder central obrigaram
à
emigração provocaram o vulcão diáspora
global
uma metáfora afinal da repetição cruz
ausente
(gratidão pela luz quente) presença
na
força imensa de quem ficou para existir
de
quem lutou para subsistir sem remessas
são
essas outras histórias por contar outras
memórias
para valorizar nos corpos depositados
mares
mortos atravessados lares ramos de flores
vejamos:
Açores
M.
Lisboa. 2015
Particularidade em campa - Cemitério da Ribeira Grande: Ilha de São Miguel (fotografia: dulcecor) |
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