sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Ontologia poética

Lisboa cidade multiplicada Pessoa identidade elevada
génio segredo? elemento sério medo e desalento teria
o poeta emigrante embriagado cuja meta – migrante retornado –
foi esconder-se africanizado foi querer-se europeizado agregação
social indispensável ilusão igual e responsável hipocrisia
comportamental elegia fundamental tábua de salvação
mágoa na ilusão universo individual independente mas
perverso colonial e indiferente: escreveu-se medo multiplicado
escondeu-se cedo amancebado em procuras eternas loucuras
tabernas: canteiros de heterónimos flores herdeiros anónimos
escritores submersos cantores de versos pintores de gestos
criadores diversos inventores dispersos perpetuam na cidade
vasta continuam a verdade tasca pelo entardecer madrugada
por tudo ser quase nada

M. Lisboa: 2015

Vista para o Rio Tejo - cidade de Lisboa (fotografia: dulcecor)

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